Vítima
de
violência
doméstica
deixou
tudo
para
trás
e
recomeçou
do
zero
Maria
foi
vítima
de
violência
doméstica
psicológica
e
física
durante
vários
anos
.
O
amor
pelo
companheiro
e
a
esperança
de
que
ele
podia
mudar
manteve
-
a
na
relação
,
apesar
das
agressões
piorarem
,
descreveu
à
Lusa
.
A
vida
era
apenas
casa
,
trabalho
e
compras
.
"
Isolei
-
me
,
para
me
proteger
.
Mesmo
quando
ia
às
compras
,
eu
nem
levantava
a
cabeça
do
chão
para
ele
não
dizer
que
olhava
para
um
homem
"
,
relatou
.
Das
chapadas
,
passou
para
os
pontapés
,
socos
,
ameaças
com
facas
,
agressões
com
comida
quente
e
loiça
.
Quando
ameaçava
que
saía
de
casa
,
porque
"
não
aguentava
mais
"
,
o
agressor
usava
o
filho
e
ameaçava
-
a
de
que
o
ia
perder
.
Uma
noite
,
pensou
que
morria
.
"
Levei
tanta
pancada
que
eu
já
nem
sentia
o
corpo
.
Ele
transformou
-
se
num
animal
.
"
Foi
o
limite
para
Maria
,
que
nesse
dia
mudou
a
vida
.
Pegou
na
mala
,
com
roupa
interior
,
e
foi
à
GNR
.
Nunca
mais
regressou
.
Na
polícia
,
foi
encaminhada
para
um
centro
de
acolhimento
de
emergência
.
Decidida
a
não
voltar
atrás
,
aceitou
ser
recolhida
na
Casa
de
Abrigo
de
Pombal
.
"
Nós
somos
as
vítimas
,
mas
para
conseguirmos
viver
a
vida
temos
de
ficar
isoladas
"
.
Tem
uma
vida
nova
aos
40
anos
.
Trabalha
e
vive
sozinha
.
"
Sempre
fui
trabalhadora
.
Gosto
muito
do
trabalho
.
É
duro
recomeçar
do
zero
com
a
idade
,
mas
sinto
-
me
mais
forte
.
"
Às
mulheres
e
homens
que
passam
pelo
mesmo
,
aconselha
:
"
Não
permitam
ninguém
destruir
a
vida
.
Amem
-
se
e
amem
a
vida
"
.
Lusa
,
17
de
fevereiro
de
2019
(
texto
adaptado
)
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