Explicação
"Em conversa com o Diligente, o ex-primeiro ministro (duas vezes) e atual secretário-geral da FRETILIN refletiu sobre a situação política e socioeconómica de Timor-Leste, dizendo estar preparado para “assumir os erros” e rejeitando uma nova candidatura para chefe de Estado ou do Governo."
"Fico preocupado se o Sunrise não se desenvolver e continuarmos a gastar como gastámos as receitas do Bayu Undan. Precisamos dos recursos, mas já que não aprendemos com os erros dos outros, queremos aprender com os nossos? Temos de chegar a um consenso em relação ao Sunrise. Não pode ser qualquer pessoa a fazer daquilo um negócio privado."
"Quando as pessoas falam que é preciso fazer investimento estratégico, eu rio-me, porque olho para o orçamento reservado para a educação e saúde. Essas áreas é que são investimento estratégico. Nenhum país pode sobreviver sem uma educação de qualidade e uma saúde para todos. Agora, a saúde está horrível. A educação piora. Fazem parar milhares de professores e as salas estão vazias. Isto é autoflagelação. Quem faz isso é porque já não quer mais viver."
"O indulto é importante em todo o sistema judiciário, mas, passar a decisão totalmente para o presidente, não pode ser. E pode indultar a qualquer momento, até alguém que acabou de ser condenado, ele indulta logo. Então, não vale a pena haver tribunais e Ministério Público. É desautorizá-los completamente."
"É porque não há uma educação cívica e moral. As liberdades não têm limites. Eu já participei na marcha da comunidade LGBTQIA++. Seria bom que outras pessoas, autoridades, fizessem o mesmo."
"Então como é que se pode evitar que o Fundo Petrolífero esgote?
Já devíamos ter visto que este país é rico, tem solo rico e temos água. Temos de investir. Temos de ter uma política nacional de água e de terra. Ordenamento para que haja diversificação económica. Repito: precisamos de água e de terra. Não é só para agricultura, para o turismo também."
"A ASEAN é uma plataforma para globalizar a nossa intervenção. Mas, para isso, temos de ter competências, capacidades, meios. Entrar para a ASEAN também implica organizar reuniões no próprio país. São milhares de pessoas. Em que sítio é que se podem receber essas reuniões? No CCD? Não há condições, em termos de infraestruturas, de logística, nem sequer de recursos humanos, porque são quase 400, 500 reuniões por ano."
"22 anos depois da restauração da independência, como é que nos encontramos? Completamente sem rumo."