O poeta reflete sobre a fragilidade humana.
Camões reflete sobre o poder do ouro, capaz de corromper todos os homens.
O poeta tece considerações de caráter autobiográfico, criticando aqueles que o perseguiam em vez de valorizarem os seus serviços à pátria.
O poeta sente-se cansado, não de cantar, mas de constatar que não é escutado nem recompensado.
O herói, à boa maneira clássica, deve ser completo: guerreiro e dotado culturalmente.
Os portugueses, na sua opinião, desprezam as artes e as letras.
“No mais, Musa, no mais, que a Lira tenho /Destemperada e a voz enrouquecida, /E não do canto, mas de ver que venho /Cantar a gente surda e endurecida. /O favor com que mais se acende o engenho / Não no dá a Pátria [...]”
“[...] Mas, ó cego, / Eu, que cometo, [...] Por caminho tão árduo, longo e vários [...] /[...] há tanto tempo que [...] / A Fortuna me traz peregrinando [...] Não bastava /Que tamanhas misérias me cercassem, /[...] aqueles que eu cantando andava [...] /Trabalhos nunca usados me inventaram[...]”
“Nas naus estar se deixa, [...] / Que não sefia já do cobiçoso / Regedor, corrompido e pouco nobre. [...] Veja agora o juízo curioso / Quanto no rico, assi como no pobre, / Pode o vil interesse e sede immiga / Do dinheiro, que a tudo obriga.”
“Sem vergonha o não digo, que a razão /[...] É não se ver prezado o verso e a rima, /Porque quem não sabe arte, não na estima.”
“Vai César sojugando toda a França /E as armas não lhe impedem a ciência; /Mas, numa mão a pena e noutra a lança,”
“Oh! Grandes e gravíssimos perigos, /Oh! Caminho da vida nunca certo, / Que,aonde a gente põe a sua esperança, /Tenha a vida tão pouca segurança! [...]Que não se arme e se indigne o Céusereno / Contra um bicho da terra tãopequeno!”